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Ainda Sobre a Falta

   

   Não é preciso ler todos os livros nem conhecer vários países para se ter uma vida interessante. Mas se você quiser, você pode.

   Não é preciso acordar às 5 da manhã, ir correr, depois trabalhar por 8 horas, ser super agradável com seu chefe e o funcionário exemplo. Mas se te fizer sentido, você pode.
   Não é preciso ir à todos os churrascos a que é convidado, nem presentear todos os aniversariantes sempre. Mas tudo bem fazer, se for de sua escolha!
   Não é preciso ter o sorriso reluzente, o bumbum durinho, o cabelo sedoso.
  Não é preciso saber o que falar em todas as reuniões, ter opinião para tudo. Nem ter a casa sempre brilhando, cheirosa. O armário renovado, as plantas perfeitamente regadas.
   Não é preciso tocar instrumentos, saber desenhar e falar vários idiomas.
   Não é preciso postar todos os dias nas redes sociais, ter o feed perfeito ou ser low profile porque está na moda.

   Repare que até aqui não falamos sobre não poder, não ser o correto ou o melhor a fazer. Dissemos apenas que não é preciso. Isso porque se você quiser, você pode. Se você gostar e te fizer sentido, sim, você pode. Mas você não precisa! Não precisa ser ou fazer porque é o que manda o figurino, é o que querem de você, como aprendeu que tem que ser. Não precisa se amarrar no olhar do outro. Você pode soltar um pouco, entender mais o que te move, verdadeiramente, o que te faz vibrar, e ir nessa direção. Não precisa se colar a quem queriam que você fosse.

   É possível ser mais e ter que ser menos. Se fizer sentido ser tudo que foi citado, ou tanto mais, ótimo! Se não fizer, ótimo também!
  Enquanto se perde tempo pensando no que não é, a vida passa, a beleza das coisas rotineiras passa, e nem se dá conta. 
  A vida interessante precisa de muito menos. Precisa que seja compreensivo consigo e com os outros. Que saiba que há falha e buraco para todos os lados. E que bom. Que ótimo! Ufa.

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